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Como contar uma cagada

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Quem acha que bater o carro que comprou a um mês atrás é a pior coisa do mundo está muito enganado.


Muito, mas muuuuuito mas muuuuuuuuuuuito pior mesmo é contar para a minha noiva (pois eu comprei o carro junto com ela - então é metade dela e metade meu).

Fiquei refletindo durante toda a ter;a feira de manhã como seria o processo de contar a ela, quais seriam minhas atitudes e quais perguntas eu simplesmente não deveria responder.

Decidi que a melhor forma de contar a ela seria ela ficar sabendo sem intermédio de terceiros e pelo menos alguns minutos antes de me encontrar.
Aí lá vem ela toda feliz da vida e entra no Google Talk mais ou menos 11:30 da manhã e vem me comprimentando com os rotineiros e carinhosos "oi mô", "tudo, tudo?". Nisto não quero dar muita trela para a conversa porque afinal de contas, tenho uma péssima notícia para lhe contar.
Entre as 4 ou 5 primeiras frases dela eu já solto seco:
- Mor, bati o carro.
- Como assim?

- Bati o carro ontem quando estava voltando da casa do Fabrício

- Você está brincando comigo né?

- Desculpa, linda mas não estou não.

- PORRA PIÁ, QUE @#%&*@#@#

Bom, náo preciso descrever a conversa a partir daí, então perguntei para ela:

- Quer ver o carro?

- Nem quero ver esta bosta.

Então desliguei o computador com a primeira parte do meu plano já executada - Contar para ela alguns minutos antes de encontrá-la para ela não explodir de raiva comigo, me xingar olhando nos meus olhos ou chegar ao ponto de quem sabe me dar um tapa.

Entrei no carro e dí ela me manda uma mensagem:

- Venha aqui em casa.

Então rumei para a casa dela pronto para ouvir de tudo e ficar aguentando a cara dela de enfezada durante o resto do dia.

Estacionei o carro na frente do portão e apertei a campainha e ela veio me atender, me olha com um olhar fulminante, dá uma analizada no carro e entra sem me dizer nada além de um "oi" completamente seco.

Entro no carro também sem dizer uma palavra e a primeira fase funcionou bem, não precisei ficar ouvindo um esporro interminável.

Aí vamos para a delegacia e para todas as perguntas que ela me aplica eu respondo tudo calma e pausadamente, explico-lhe que o erro foi meu e não escondo os fatos.

Aí ela solta algumas frases como:

- Se você quiser beber de novo agora você vai a pé.

- Vamos cancelar a festa de noivado porque você já tem destino para a merda do dinheiro.

- Você preferiu ficar bebendo e batendo o carro com seus amigos do que ficar alguns minutos comigo lá em casa.
Escutei todas e para as provocativas não respondia nada, simplesmente um silêncio reinava sob o teto do carro (que por sinal não amassou ;-) ).

E aí concluí a segunda e última parte do meu plano.

Ela não tinha mais o que dizer, não respondi às provocações e assumi o erro. O mau humor dela durou somente umas 3 horas. E olha que para a Tati, com o gênio difícil que esta menina tem este tempo é muito mas muuuuito pequeno mesmo.

Prova de que meu plano deu certo é que após estas três horas eu já estava fazendo alguma brincadeiras imbecís e, lógico, nenhuma delas envolvia o acidente que eu havia causado.

Pra você ter uma idéia, a chatisse do mau humor dela durou menos que uma tarde no shopping "para ver as novidades".

Já passei por momentos piores e sem merecer.

1 comentários:

KS Nei disse...

É, cê nasceu virado pra lua. Minguante, mas lua.